terça-feira, 15 de agosto de 2017

“Nosso Cérebro e o Amor, a Paixão e o Sexo”


“Nosso Cérebro e o Amor, a Paixão e o Sexo”


“Amor é um fogo arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina ferida sem doer”… 

(Camões)


Ah, o amor! Esse sentimento que transforma vidas, que traz uma explosão de sensações como euforia, desejos, confiança, contentamento, prazer, angústia, tristeza e tantas outras sensações que nos fazem por vezes até mesmo agir como tolos. Quando estamos apaixonados acontecem inúmeras explosões químicas dentro de nosso corpo. O beijo, o cheiro, o ciúme, o carinho, a primeira relação sexual; para todos esses momentos a ciência tem uma explicação e revelações espantosas.

O “amor” é um complexo fenômeno neurobiológico, baseado em atividades cerebrais, que incluem principalmente certas moléculas, denominadas de hormônios. Esse nome é de origem grega, significando “incitar”, exatamente porque os hormônios têm a função de levar mensagens químicas, coordenando as atividades de diferentes células em organismos multicelulares.

A química do amor ocorre em três fases principais:

  • 1ª fase


Nessa fase as sensações e o desejo sexual são iniciados no corpo humano. Eles são despertados pela circulação dos hormônios sexuais, iniciada na adolescência: a testosterona nos homens e o estrogênio nas mulheres.


Mesmo antes de encontrarmos o ser amado, quando ainda estamos procurando um parceiro, sentimos uma necessidade de formarmos pares, porque isso assegura a geração de descendentes e oferece um ambiente seguro que permita ao ser gerado poder amadurecer e tornar-se capaz de sobreviver sozinho.

  • 2ª fase:

Quando então nos apaixonamos, os compostos químicos que atuam em nosso cérebro nos fazem só pensar na pessoa amada. Veja algumas reações que ocorrem em nosso corpo:

cheiro da pessoa amada é um bálsamo estimulante, quase uma droga que mexe com o cérebro e com o corpo. Isso ocorre porque as moléculas que emanam da pessoa vão pelo nariz e quando entram em contato com os hormônios olfativos, a informação é transmitida para o cérebro. Nesse momento sensações e memórias se fundem, o hipocampo registra a imagem do amado e determinado cheiro passará a sempre estar ligado à sua imagem.

Além disso, as moléculas do cheiro também revelam várias coisas a nosso respeito, como, por exemplo, como está a nossa saúde, hábitos, alimentação e nossa origem. Desse modo, o cérebro pode detectar a compatibilidade genética, ou seja, o nariz é capaz de escolher o melhor parceiro para a reprodução, que é aquele com genes imunológicos diferentes dos nossos, para que a próxima geração seja mais resistente a doenças.


Outro aspecto bioquímico relacionado ao cheiro é que a pessoa nesse estado excreta pelo cheiro substâncias químicas que permitem a comunicação e a atração com outro ser da mesma espécie. A essas substâncias é dado o nome de feromônios.

Os feromônios sexuais são comuns em animais e, principalmente em insetos; sendo utilizados para atrair o parceiro para a cópula e assim preservar a espécie através da procriação. Estudos controversos mostram que o ser humano também emite um tipo de feromônio sexual. Mas, segundo um levantamento feito pela revista Science de 2005, essa é uma das 125 questões ainda não respondidas pelos cientistas.

Quando vemos a pessoa amada as nossas pupilas se dilatam, o rosto fica vermelho, os batimentos do coração aceleram, nos arrepiamos, as mãos suam e os lábios ficam mais rosados. Isso ocorre porque o sangue corre pelos minúsculos vasos debaixo da pele, a temperatura de nosso corpo sobe e se produz mais noradrenalina, que é o hormônio que acelera o bater do coração.

No cérebro há uma explosão de reações causadas pelos neurotransmissores. Um deles é a dopamina, o neurotransmissor do prazer. Ao olharmos a pessoa, mesmo que seja só uma foto, temos uma sensação agradável, parecida com a de comer um doce, uma comida predileta ou mesmo uma droga. A serotonina é o hormônio que nos torna obcecados. Essas substâncias produzidas em nosso corpo são muito parecidas com drogas do tipo anfetaminas.

Visto que liberamos mais hormônios e neurotransmissores, o nosso comportamento é alterado, há uma desorganização em nosso cérebro, que o faz ficar confuso, por isso ficamos com aquele ar de “patetas”, estabanados, dizemos coisas sem sentido, interpretamos mal o que a pessoa nos diz e damos respostas desarrazoadas.

O carinho dado pelo toque é algo que também nos dá muito prazer, pois debaixo da pele, 1,5 milhão de receptores registram as sensações que são transmitidas para milhares de terminações nervosas.  O contato desencadeia uma corrente elétrica que viaja através da medula espinhal e chega ao cérebro, liberando mais endorfina. A endorfina atua no sistema límbico, que é a área do cérebro responsável pelo prazer.


Mas, infelizmente, esses sentimentos intensos não duram para sempre. Aí é que entra a última fase do amor:

  • 3ª fase:

Essa é a fase de ligação, que é feita por dois hormônios que são liberados durante a relação sexual: a oxitocina (hormônio do carinho) e a vasopressina.

A oxitocina provoca contrações no músculo uterino e produção de leite; aparentemente está envolvida no relacionamento entre a mãe e o bebê.

Pode parecer ao casal que o amor se esfriou porque o organismo fica mais resistente e acostumado com a produção dos hormônios citados anteriormente. Mas não se preocupe, isso não significa que o amor acaba por aqui. Mas sim que um tipo diferente e mais duradouro de amor é estabelecido, não passageiro como a “paixão”.

O amor pode permanecer até o fim da vida

Realmente, quando duas pessoas estão apaixonadas, existe mesmo química entre elas.

Atração sexual

A atração sexual nada mais é do que o desejo sexual por outra pessoa e pode estar relacionada, segundo alguns estudos, com os nossos genes.

A atração sexual pode ser resumidamente explicada como o desejo sexual por outra pessoa. Esse desejo, diferentemente do que muitos pensam, vai além do simples fato de outra pessoa obedecer aos padrões de beleza da sociedade. Geralmente fatores psicológicos, sociais, econômicos e, até mesmo, genéticos podem influenciar nossas escolhas.

→ Fatores que influenciam a atração sexual

Geralmente, quando se fala em atração sexual, pensa-se em beleza. Inconscientemente nosso organismo busca outras pessoas que apresentam saúde e juventude e que, consequentemente, serão melhores para a geração de filhos. Indivíduos simétricos, normalmente, são os mais escolhidos, pois indicam que são os mais saudáveis.

O mesmo é válido para a quantidade de gordura no corpodas mulheres, que, em locais adequados, indica altos níveis do hormônio estrogênio, ligado à reprodução. É por isso que muitos homens sentem-se atraídos por mulheres com cinturas finas e quadris largos. Inconscientemente, ele está analisando a capacidade reprodutiva dela.

A voz também apresenta grande relação com a atração. Homens com voz grave, por exemplo, também se tornam muito atraentes, uma vez que esse tipo de voz está relacionado com altos níveis de testosterona.

Além disso, inteligência e bom humor parecem influenciar o impulso sexual por estarem relacionados com melhores chances de reprodução.

Apesar de a primeira impressão ser realmente a aparência e o comportamento, a atração sexual também está bastante ligada aos cheiros. Segundo algumas pesquisas, o cheiro está relacionado com o complexo principal de histocompatibilidade (MHC). O MHC é um conjunto de genes que controla o sistema imunológico e relaciona-se também com a rejeição de tecidos. Se um casal apresenta MHC semelhante, pode ocorrer uma grande chance de o corpo da mulher rejeitar o bebê.

Estudos indicam que somos capazes de identificar esses genes pelo cheiro. Em virtude dos riscos da finalização inesperada da gestação e também do aumento da chance de fortalecimento do sistema imunológico do filho, inconscientemente, escolhemos parceiros com sistemas imunológicos diferentes do nossos. Podemos concluir, portanto, que, segundo alguns estudos, realmente somos atraídos pelo nosso oposto quando o assunto é genética. Só genética gente!

Além dos cheiros do MHC, os seres humanos, assim como outras espécies de animais, possuem feromônios que ajudam na atração sexual. Vale destacar, no entanto, que essa forma de comunicação química apresenta-se bem mais sutil do que em animais.

→ A atração sexual e os relacionamentos

A atração sexual está relacionada com o desejo sexual, com a escolha de parceiros sexuais, e não necessariamente com o estabelecimento de relacionamentos. Uma pessoa pode, por exemplo, sentir-se atraída por outra, mas não querer um relacionamento com ela. Percebe-se, portanto, que essas relações são muito mais complexas do que a simples busca de parceiros.

Amor e sexo não tem que andar juntos necessariamente! 



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá, seja bem vindo/a e deixe seu recado, vou adorar ler e te responder o mais rápido possivel!
Bjsssssss doces